“313 – O imperador romano Licínio unifica
todo o Império Romano do Oriente.”
O Império
Bizantino foi a continuação do Império Romano durante a Antiguidade Tardia e
Idade Média. Sua capital foi Constantinopla (moderna Istambul), originalmente
conhecida com Bizâncio. Inicialmente parte oriental do Império Romano (frequentemente
chamada de Império Romano do Oriente no contexto), sobreviveu
à fragmentação e ao colapso do Império Romano do Ocidente no século
V e continuou a prosperar, existindo por mais de mil anos até sua
queda diante da expansão dos turcos otomanos em 1453. Foi conhecido
simplesmente como Império Romano ou România por seus
habitantes e vizinhos.
Como a distinção entre o Império Romano e o Império Bizantino é
em grande parte uma convenção moderna, não é possível atribuir uma data de
separação. Vários eventos do século IV ao século VI marcaram o
período de transição durante o qual as metades oriental e ocidental do Império
Romano se dividiram. Em 285, o imperador Diocleciano (r. 284–305) dividiu
a administração imperial em duas metades. Entre 324 e 330, Constantino (r.
306–337) transferiu a capital principal de Roma para Bizâncio,
conhecida mais tarde como Constantinopla ("Cidade de Constantino") e
Nova Roma. Sob Teodósio I (r. 379–395), o cristianismo tornou-se
a religião oficial do império e, com sua morte, o Estado romano
dividiu-se definitivamente em duas metades, cada qual controlada por um de seus
filhos. E finalmente, sob o reinado de Heráclio (r. 610–641), a
administração e as forças armadas do império foram reestruturadas e o
grego foi adoptado em lugar do latim. Em suma, Bizâncio se distingue da Roma
Antiga na medida em que foi orientado para a cultura grega em vez da
latina e caracterizou-se pelo cristianismo ortodoxo em lugar do politeísmo
romano.
As fronteiras do império mudaram muito ao longo de sua existência, que passou
por vários ciclos de declínio e recuperação. Durante o reinado de Justiniano (r.
527–565), alcançou sua maior extensão após reconquistar muito dos territórios
mediterrâneos antes pertencentes à porção ocidental do Império Romano,
incluindo o norte da África, península Itálica e parte da península
Ibérica. Durante o reinado de Maurício (r. 582–602), as fronteiras
orientais foram expandidas e o norte estabilizado. Contudo, seu assassinato
causou um conflito de duas décadas com o Império Sassânida que
exauriu os recursos do império e contribuiu para suas grandes perdas
territoriais durante as invasões muçulmanas do século VII. Durante a dinastia
macedónica (século X–XI), o império expandiu-se novamente e viveu um
renascimento de dois séculos, que chegou ao fim com a perda de grande parte da Ásia
Menor para os turcos selêucidas após a derrota na batalha de
Manziquerta (1071).
Queda de Constantinopla. |
No século XII, durante a Restauração Comnena, o império
recuperou parte do território perdido e restabeleceu sua dominância. No
entanto, após a morte de Andrónico I Comneno (r. 1183–1185) e
o fim da dinastia Comnena no final do século XII, o império
entrou em declínio novamente. Recebeu um golpe fatal em 1204, no contexto
da Quarta Cruzada, quando foi dissolvido e dividido em reinos latinos e
gregos concorrentes. Apesar de Constantinopla ter sido reconquistada e o
império restabelecido em 1261, sob os imperadores paleólogos, o império
teve que enfrentar diversos estados vizinhos rivais por mais 200 anos para
sobreviver. Paradoxalmente, este período foi o mais produtivo culturalmente de
sua história. Sucessivas guerras civis no século XIV minaram ainda
mais a força do já enfraquecido império e mais territórios foram perdidos nas guerras
bizantino-otomanas, que culminaram na Queda de Constantinopla e na
conquista dos territórios remanescentes pelo Império Otomano no século
XV.