domingo, 10 de julho de 2016

Efemérides/ 10 de Julho


“1991 – Boris Yeltsin é eleito presidente da Rússia, o primeiro após o regime comunista.”

Boris Nicoláievitch Yéltsin, (1931 — 2007) foi o primeiro presidente da Rússia após o colapso económico da União Soviética. Yéltsin foi também o primeiro líder de uma Rússia independente após o czar Nicolau II. Seus anos como senador e líder da oposição no Soviete Supremo são lembrados com glória, mas seu governo, lembrado com frustração por conta das grandes expectativas, ficou marcado na história por reformas políticas e económicas fracassadas e pelo caos social.

Iéltsin foi responsável pela transformação da economia socialista da Rússia em uma economia de mercado, implementando a chamada "terapia de choque", com programas de privatizações e liberalização económica. Graças aos meios como foi conduzido este processo, uma grande parcela da riqueza nacional caiu nas mãos de um restrito grupo de milionários, que ficariam conhecidos como "oligarcas russos". A era Yéltsin foi marcada pela corrupção excessiva e generalizada, inflação, colapso económico e enormes problemas políticos e sociais que afectaram a Rússia e também as demais repúblicas da União Soviética. Alexander Rutskoi, opositor de Yéltsin, denunciou as reformas do adversário, considerando-as um "genocídio económico".

Yéltsin é lembrado, principalmente, pelas suas várias reformas políticas, sociais e económicas da Rússia, as diversas situações constrangedoras decorrentes de seu alcoolismo e o seu papel como líder da oposição, tendo sido ele um dos mais notáveis políticos favoráveis à independência da Rússia, uma república então controlada pela União Soviética.

Um dos eventos mais memoráveis de seu governo foi a Crise Constitucional de 1993. O Legislativo russo era contrário às reformas neoliberais impostas por Yéltsin, tornando-se um empecilho para o presidente. Em 21 de Setembro, Yéltsin dissolve o parlamento, que se rebela, e anuncia o impeachment de Yéltsin, proclamando Alexander Rutskoi, chefe do parlamento, como novo presidente. O parlamento ganha apoio do povo, que passa a protestar contra o governo de Yéltsin. No mês seguinte, a situação se intensifica, e Iéltsin ordena a invasão da Câmara Branca, sede do Soviete Supremo, terminando com a explosão do edifício, resultando na morte de 187 pessoas e prisão dos líderes da oposição. Yéltsin então baniria temporariamente a oposição russa e anularia a Constituição soviética de 1978, estabelecendo uma nova Constituição, possibilitando a continuação de suas reformas económicas. Segundo a antiga Constituição, anulada por Yéltsin:

Artigo 121-6. Os poderes do Presidente da República Socialista Federativa Soviética da Rússia não podem ser usados para alterar organizações nacionais e estatais da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, dissolver ou interferir no funcionamento de qualquer órgão eleito do poder estatal. Neste caso, seus poderes cessam imediatamente.

A anulação do artigo acima alteraria profundamente o ambiente político russo, que sairia de um sistema parlamentarista de poderes balanceados para entrar, radicalmente, em um regime semi-presidencialista sob forte influência do poder Executivo.

O corpo de Iéltsin repousa no famoso cemitério de Novodevitchi, diferentemente dos demais líderes russos, sepultados na muralha do Kremlin.

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